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Ser humano em foco

Não é novidade que as empresas, ao passo que percebem uma mudança cultural no espaço de trabalho, já começam a olhar para o seu colaborador como peça-chave de seus negócios. Enquanto isso, a arquitetura, que sem cessar se esforça para atender às necessidades da sociedade, também se empenha para colocar o ser humano como ponto central durante o desenvolvimento dos projetos. 

Mas, afinal, o que os colaboradores querem? Uma pesquisa recente com escritórios globais feita pela Steelcase mostra que, embora haja cada vez mais espaços de trabalho compartilhados, 51% dos ouvintes relataram que precisam escapar das suas mesas fixas durante o dia. “O que tenho visto é que as pessoas esperam ter a liberdade de escolher outros postos para desempenhar suas funções, mesmo a nossa cultura sendo ainda muito territorialista”, conta Pierina Piemonte, arquiteta e sócia do LPA Arquitetura. 

Pensar apenas em salas de descompressão para oferecer bem-estar aos funcionários parece não bastar. De acordo com a pesquisa, esses espaços precisam ser melhor planejados para a interação social com mais ergonomia e conforto, ao mesmo tempo que são vistos como um local para o trabalho mais focado. 

O fator idade, segundo o estudo, também influencia a forma como as pessoas usam os espaços informais das empresas. Enquanto os millenials procuram esses locais para o trabalho, a geração mais antiga tende a usá-los mais para a integração social. 

Segundo Pierina, para resolver esse impasse com mais assertividade, é preciso investir em um bom space planning. “Antes de passar pelos procedimentos básicos e obrigatórios a um projeto de arquitetura, precisamos mergulhar nas entrelinhas do que o cliente e os usuários finais desejam, da escala cromática ao layout final de um escritório”, conta a arquiteta. 

Saúde mental priorizada

Até aqui, aparentemente, já teríamos o caminho das pedras para projetar espaços mais humanizados nos escritórios. Mas um fator ainda pesa nos resultados finais: mesmo com todos esses esforços, estariam os colaboradores felizes nos locais onde passam grande parte dos seus dias? Ou, em outras palavras, como a arquitetura pode garantir felicidade no trabalho? 

Com a questão em mente, uma equipe multidisciplinar com cientistas, médicos e arquitetos desenvolveu, ao longo de sete anos de pesquisa, um certificado que visa a resolver questões comportamentais e de saúde ligadas ao escritório moderno. Semelhante ao LEED, que veio para combater a mudança climática e alcançar eficiência energética nos edifícios, o WELL Building Certification nasceu focado na saúde e no bem-estar humano. Concedida em três níveis (Prata, Ouro e Platina), a certificação, lançada em 2014, aborda os conceitos de água, ar, luz, alimentação, aptidão física, conforto e mente.

A conexão com a natureza, por exemplo, é um dos fatores determinantes para gerar efeitos positivos em nosso humor e saúde mental. Nesse sentido, incorporar o Biophilic Design nos layouts pode ser uma saída para, por exemplo, diminuir a frequência cardíaca e a pressão sanguínea no dia a dia de trabalho, reduzindo o estresse e melhorando emoções positivas, a concentração e a memória.
 

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