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“Muros de ar”: o pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza 2018

O quão livre e aberto é o nosso País? É a partir dessa questão que os curadores do pavilhão do Brasil na 16ª Bienal de Veneza organizam a mostra “Muros de ar”, com curadoria coletiva de Laura González Fierro, Sol Camacho, Gabriel Kozlowski e Marcelo Maia Rosacomo.

A participação brasileira na exposição convida a uma investigação sobre a transposição de fronteiras – materiais e imateriais – do País para além da escala arquitetônica. “Era impossível falar do processo de urbanização do Brasil sem citar todas as escalas, do projeto ao macro”, explica Marcelo Maia Rosa.

Na escala macro, um diálogo entre especialistas de diversas disciplinas resulta numa abordagem cartográfica que mapeia as barreiras constituintes do território brasileiro, aproximando a arquitetura de outras áreas do conhecimento como as ciências sociais, a história, a geografia e a política.

Na escala arquitetônica, um chamamento público inédito na história da participação brasileira na Bienal selecionou 17 projetos – de um total de quase 300 inscritos – que mostram como transpor os limites entre espaços públicos e privados.

Os projetos, construídos ou não, foram concebidos para clientes reais ou para concursos por arquitetos de qualquer nacionalidade, desde que inseridos em território brasileiro. Em comum, estão os partidos arquitetônicos que convidam o público ao convívio e à multiplicidade, independentemente do tipo de uso.

A instalação “De onde não se vê quando se está”, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, no Rio de Janeiro, é um dos projetos da mostra. Ela convida o visitante a perder de vista os contornos do museu com uma escada tubular que leva o público à cobertura. O projeto, já concluído, é de autoria de Pedro Varella, do GRU.A, com colaboração de Caio Calafate, André Cavendish e Julia Carreiro.

Foto: Lauro Rocha

Outro projeto selecionado é Programa Centro Aberto, que cria usos em locais subutilizados ou fechados no centro de São Paulo. O programa é resultado de um processo participativo entre diversos agentes envolvidos na produção e no uso dos espaços em três esferas de ação: priorizar e proteger os deslocamentos não motorizados; dar condições para a permanência das pessoas no espaço público; promover novos usos e atividades para esses espaços. O projeto, concluído, é de autoria do SP Urbanismo.

Foto: divulgação Prefeitura de SP

A mostra também abre espaço para projetos de planos urbanísticos, de infraestrutura, residenciais, comerciais e culturais, como o Sesc Ribeirão Preto – ainda em processo de projeto desde 2003. A apresentação enfatiza representações gráficas com poucos desenhos de linhas para se conectar com o tema principal da mostra, o “Freespace”, proposto pelas curadoras Yvonne Farrel e Shelley McNamara.

Confira os projetos participantes:

Boulevard da Liberdade – Corsi Hirano Arquitetos/São Paulo/SP

De onde não se vê quando se está (MAC) – Pedro Varella/Gru.a Arquitetos/Niterói/RJ

Do plano ao projeto: SESC Parque Dom Pedro II – Una Arquitetos/Plano Urbanístico desenvolvido por: Laboratório de Urbanismo da Metrópole- LUME da FAUUSP, Una Arquitetos, H+F Arquitetos e Metrópole Arquitetos/São Paulo/SP

Edifício Amata – Triptyque Architecture/São Paulo/SP

Escola sem Muros: Centro Cultural Jardim Damasceno – Sem Muros Arquitetura Integrada/São Paulo/SP

Farol da Maré – Pedro Évora/Rio de Janeiro/RJ

Instituto Brincante – Bernardes Arquitetura/São Paulo/SP 

Moradias Infantis – Rosenbaum +  Aleph Zero/Formoso do Araguaia/TO

Habitação estudantil UNIFESP, Campus Osasco – H+F Arquitetos/Osasco/SP

Parque Novo Santo Amaro V – Vigliecca & Associados/São Paulo/SP

Orla Marítima de Ilha Comprida – Boldarini Arquitetos / Ilha Comprida/SP

Pirajussara 5 – Libeskindllovet Arquitetos/Jansana, de la Villa, de Paauw, arquitectes/São Paulo/SP

Praça Infantil – Studio MK27/São Paulo/SP 

Projeto Centro Aberto – SP Urbanismo/São Paulo/SP

Sesc Ribeirão Preto – SIAA + HASAA /Ribeirão Preto/SP

Terreiro Oxumaré – Brasil Arquitetura/Salvador/BA

Travessias – sauermartins + Metropolitano Arquitetos/Belo Horizonte/BH

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