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Neuroarquitetura a favor do trabalho

A maioria das nossas experiências no ambiente construído é inconsciente. E não há um meio termo: esse local, invariavelmente, ou te ajuda ou te atrapalha. É o que Sarah Williams Goldhagen, escritora e crítica de arquitetura, defende em seu novo livro “Welcome to your world – how the built environment shapes our lives”, resultado de um mergulho profundo no campo da ciência cognitiva a fim de vinculá-la a uma abordagem da arquitetura centrada no ser humano. 

Mas como, de fato, pensar em ambientes que afetem positivamente os seres humanos, especialmente nos locais de trabalho ou nas escolas, em que passamos grande parte do tempo de nossas vidas? 

É o que a neuroarquitetura vem estudando. Melhor difundida em outros países, a neurociência aplicada à arquitetura ainda é um campo que precisa ser melhor explorado no Brasil. 

De olho no gap, em 2018 as arquitetas Priscilla Bencke, Yasmine Rosa, Rebeca Calheiros e Sandra de Moura desenvolveram o primeiro Grupo de Estudos de Neuroarquitetura, um movimento voluntário que estuda o tema a partir de pontos de vista práticos e teóricos. 

Além de reunir pessoas interessadas em neuroarquitetura, o grupo também busca incentivar o desenvolvimento de pesquisas em parceria com instituições de ensino e aprimorar conteúdos sobre o tema para a troca mais efetiva de conhecimento. 

Luz, ruído e muito verde
Um dos objetos de estudo do grupo são os “smart workplaces”. Como já falamos por aqui, a iluminação no ambiente de trabalho é um dos fatores que afetam não só a nossa produtividade, mas também a nossa saúde e felicidade. 

É o que confirma um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, que também aponta que colaboradores que desfrutam de mais luz – especialmente a natural – durante o dia têm maior probabilidade de manterem o bom humor. 

Outro conceito que deve ser aplicado para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores é a biofilia. Ainda de acordo com a pesquisa, janelas com vista para a natureza, por exemplo, ajudam a diminuir a frequência cardíaca e reduzem nossos níveis de estresse. 

O ruído também deve ser um ponto de atenção. Pesquisas apontam que nossa produtividade cai cerca de 40% quando somos expostos a barulhos externos. Esse conceito deve ser muito bem explorado dentro dos escritórios hoje em dia, principalmente porque as empresas têm investido cada vez mais em espaços de trabalho mais abertos. “ Não há dúvida que o ambiente interfere diretamente na maneira das pessoas pensarem e agirem. O projeto de arquitetura pode colaborar muito em promover uma qualidade de vida melhor para os usuários”, finaliza Pierina Piemonte, sócia da LPA Arquitetura. 

Foto: Pixabay.com/divulgação

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