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Burnout: entenda como a arquitetura corporativa pode minimizar os efeitos da síndrome

Sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados ao trabalho e eficácia profissional reduzida. Os três sintomas, associados, configuram a síndrome de burnout, incluída em maio desse ano no capítulo de “problemas associados” ao emprego e ao desemprego, “resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização da Saúde (OMS), que entrará em vigor em 1 de janeiro de 2022. 

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Isma-BR (representante brasileiro da Internacional Stress Management Association), o fenômeno, como é considerado pela OMS, já foi sentido por pelo menos 32% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho e já sofreram alguma sequela ocasionada pelo estresse (72%). 

É importante entender que a síndrome não nasce “do dia para a noite”, mas se apresenta de maneira lenta e progressiva por meio de sintomas como apatia, fadiga, angústia, irritabilidade e agressividade, tremores, tristeza, perda do autocontrole emocional, desinteresse, prejuízos na concentração e perturbação do sono. 

E como o ambiente de trabalho é fator determinante para o surgimento do fenômeno de esgotamento profissional, ações inseridas na cultura organizacional são determinantes para contê-lo. Embora a conscientização sobre os meios de mitigar – e, quem sabe, erradicar – o problema nas organizações seja uma discussão que deve nascer da cultura organizacional, a arquitetura corporativa aponta respostas para melhorar a saúde e bem-estar dos colaboradores há um bom tempo. 

Novos ambientes para novas – e urgentes – necessidades 
Estudos mais recentes, especialmente no Brasil, têm juntado a ciência cognitiva e a arquitetura para uma chegar em abordagens cada vez mais centradas no ser humano para os ambientes construídos. 

Além de um ambiente que estimule as pessoas a caminhar – algo que aumenta a nossa produção criativa em uma média de 60%, segundo uma pesquisa da Universidade de Stanford -, a iluminação no ambiente de trabalho é um dos fatores que afetam não só a nossa produtividade, mas também a nossa saúde e felicidade. É o que confirma um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, que também aponta que colaboradores que desfrutam de mais luz – especialmente a natural – durante o dia têm maior probabilidade de manterem o bom humor. 

Outro conceito que deve ser aplicado para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores nas empresas é a biofilia. Ainda de acordo com a pesquisa do Journal of Clinical Sleep Medicine, janelas com vista para a natureza, por exemplo, ajudam a diminuir a frequência cardíaca e reduzem nossos níveis de estresse. 

O ruído também deve ser um ponto de atenção. Pesquisas apontam que nossa produtividade cai cerca de 40% quando somos expostos a barulhos externos. Esse conceito deve ser muito bem explorado especialmente dentro dos “open spaces”, com locais reservados para o trabalho privado, visto como uma boa alternativa para “deixar a mente vagar” e ter novas ideias para abordar os problemas.

A colaboração também deve entrar em pauta, num balanço ideal entre espaços privados e colaborativos, já que garantir as conexões sociais é fator essencial para manter os colaboradores mais felizes e com o sentimento de pertencimento ao meio em que se inserem. 

Investir na comunicação social para transmitir os valores da empresa também é uma maneira de engajar e motivar a equipe, especialmente em um mundo corporativo ocupado em grande parte por uma geração que busca mais que resultados – procura por propósito de vida no local de trabalho.
 

Fotos: divulgação/Pixabay.com

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