Estamos sempre nos adaptando, mudando, nos transformando, evoluindo.
Com o surgimento e instalação da pandemia do Covid-19, experienciamos nos últimos meses uma mudança impactante no nosso modo de vida. Além de uma diferente forma de interação entre as pessoas, a nossa relação com o consumo também está sendo afetada. Não somente com a preocupação com a reabertura da economia, mas principalmente como este consumo está ocorrendo e seu impacto na percepção e interação das pessoas com as marcas.
Percebemos que algumas mudanças que estavam se desenhando para um futuro do varejo foram aceleradas e antecipadas com essa nova vivência. Com o fechamento total ou parcial nas atividades de varejo, as lojas precisaram se adaptar rapidamente, muitas vezes até se reinventando suas marcas. A seguir, elencamos algumas tendências que ganharam força e devem permanecer como novo normal do mercado.
E-commerce com força total
Sem dúvida o Covid-19 impulsionou as compras online. Dados da Global Web Index, Kantar e Nielsen e MindMiners apresentados em uma publicação da Infobase Interativa** mostram que 13% da população comprou pela primeira vez pela internet e que 24% dos brasileiros ampliaram suas compras online¹.
Mesmo com a tendência de que haja a baixa desses números após a reabertura, é possível que muitos consumidores possam mudar permanentemente para este novo modo de compra. O e-commerce oferece algumas vantagens que podem fisgar consumidores, como praticidade, rapidez e evitar deslocamentos desnecessários.
Lojas físicas como experiência
As restrições de abertura do comércio fizeram com que o consumo online se expandisse. Mesmo com esse crescimento, as lojas físicas já vinham sendo repensadas. Desenvolver experiências entre os consumidores e as marcas já é parte do nosso mercado e é uma grande tendência de crescimento.
Durante uma live do Mercado & Consumo, Ilca Sierra, diretora de marketing multicanal da Via Varejo (responsável por empresas como Casas Bahia, Pontofrio, Bartira e Extra) afirma que “Antes da pandemia cerca de 30% das vendas online em nossas operações eram na modalidade retire na loja. O modelo omni* tem um poder muito grande e pode se intensificar ainda mais no pós-covid”². Assim, a tendência é que as lojas físicas funcionem em conjunto com outros canais de venda e comunicação, não sendo substituídas por estes.
Na LPA, vivenciamos esta tendência no projeto da Chocolatory da KITKAT, desenvolvido em parceria com a agência inglesa FITCH. Esta loja foi pensada com base em uma nova e importante forma de conexão entre as marcas e seus consumidores, além da relação direta com o produto
Impulso para pagamentos por aproximação
No final de março, 22% dos consumidores globais usavam este sistema em lojas físicas segundo a Pesquisa da Euromonitor Internacional³. Este é um mercado promissor. A Mastercard relatou que 75% das transações na Europa são realizadas sem contato e que 29 países europeus solicitaram um aumento de seus limites de compras que dispensem a necessidade do uso de senha.
A pandemia colaborou com a implementação e uso deste sistema no Brasil. Segundo a Visa, o crescimento de uso de cartões por aproximação foi cinco vezes maior quando comparado no período de Março/2019 e Março/2020.
*Omnichannel é uma tendência do varejo que se baseia na convergência de todos os canais utilizados por uma empresa. Trata-se da possibilidade de fazer com que o consumidor não veja diferença entre o mundo online e o offline. O omnichannel integra lojas físicas, virtuais e compradores. Dessa maneira, pode explorar todas as possibilidades de interação.
FONTES:
Isabella Leonetti l Sócia LPA