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Saiba como especificar revestimentos para pisos elevados

Em tempos de open space, escolher o acabamento em ambientes corporativos com sistemas de pisos elevados requer ainda mais cuidado – e uma boa dose de criatividade – na etapa de projeto. É que se antes bastava um só revestimento para quase todo o layout da planta, hoje é quase regra se valer do próprio chão para demarcar a transição entre espaços nas empresas.

Soma-se a isso mais um fator limitante: na hora de optar por um modelo, é preciso ter em mente que o sistema modular abriga toda uma estrutura de cabeamento e eventuais tubulações de ar-condicionado que precisam ser facilmente acessados e mantidos – essa é, inclusive, a grande vantagem dos pisos elevados, e o principal motivo de eles quase imperarem entre os layouts corporativos mais atuais. “O arquiteto precisa especificar acabamentos que mantenham a flexibilidade do conjunto, ou seja, modelos também em placas modulares, colados com material que seja facilmente retirado em caso de manutenção”, explica Pierina Piemonte, sócia do LPA Arquitetura.

Apesar de não chegar nem perto da gama de produtos fabricados no exterior, hoje a indústria brasileira oferece uma variedade de modelos de roupagens para pisos elevados, especialmente os vinílicos. “Há uns cinco ou seis anos, nossa opção era basicamente os carpetes, envelopados nas próprias placas, o que dificultava consideravelmente a manutenção”, conta a arquiteta. Atualmente, os modelos autoportantes  – especialmente os de 5 mm, mais grossos –, garantem que a movimentação natural do sistema não prejudique o acabamento final com o tempo. “Esse é o tipo de solução que, por ser independente e mais grossa, não fotografa os módulos que estão abaixo.”

Pisos vinílicos Stonetile, da Beaulieu, imitam os revestimentos em concreto (foto de divulgação)

Enquanto os vinílicos e os carpetes reinam nas áreas de staff e de reunião, nas cozinhas, copas e banheiros (ou nas áreas molhadas e molháveis) os modelos em pedras ou porcelanato são os preferidos por facilitarem a limpeza, mas é preciso cuidado: o vão precisa ser muito bem impermeabilizado para que não haja infiltração de água para as instalações que porventura passem por debaixo dessas áreas. Já nas recepções, a liberdade criativa pode correr solta: se a intenção é dar um ar mais nobre ao espaço, os especificadores podem optar por mármores ou pela resina, mais moderna, desde que os princípios de modularidade e flexibilidade sejam respeitados. “Nesses casos, o preenchimento do vão entre a laje e o acabamento final também precisa ser feito, e todo o cabeamento deve passar por dentro de conduites ou calhas elétricas”, pontua a arquiteta.

Carpetes da linha Tendency Collection, da Beaulieu, demarcando espaços no escritório (foto de divulgação)

Quando o assunto é conforto acústico, o sistema modular ganha mais um ponto, especialmente os revestidos com carpetes, que atenuam melhor as passadas. “Mas o piso vinílico também tem algum índice de absorção, ou seja, não é um material reflexivo como a pedra ou o porcelanato”, adenda Pierina.

Liberdade limitada

Quem caminhou pela NeoCon deste ano, em Chicago, pôde conferir de perto as novidades de um segmento em franco crescimento Brasil afora. Atualmente, a gama de modelos oferecidos em pisos vinílicos imita a mais variada sorte de materiais, como o mármore com seus filetes metalizados, a granilite que é reproduzida com reciclados, os amadeirados e até os cimentícios. As novidades em carpetes também chamaram atenção, como a nova coleção de modelos com cortes diferenciados que permitem uma infinidade de padronagens nos pisos, da líder norte-americana Shaw Contract (dá uma olhadinha no que o pessoal da House Tipster registrou por lá).

“Mas o mercado brasileiro enfrenta uma limitação de orçamento nos projetos, e poucas indústrias nacionais trabalham com essa variedade de materiais. Diria que mais de 90% dos modelos hoje em dia são importados. Em obras com prazo muito curto, temos de nos limitar ao que tem de pronta entrega aqui, que geralmente são cores e modelos bem básicos”, comenta Pierina.

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