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Coloridos na medida certa

Qual é o limite de uso das cores em escritórios corporativos? Como aplicar uma paleta que, além de representar a identidade visual da empresa, não atrapalhe o desempenho da equipe e não sobrecarregue o layout de informações? Por trás de uma tarefa aparentemente intuitiva, há muito mais complexidade do que podemos imaginar. 

Desde os tempos pré-históricos, o uso das cores baliza muito dos nossos fazeres, e norteia pesquisas a datar de 1672, quando o cientista inglês Isaac Newton apresenta a teoria corpuscular da luz e cria o círculo cromático, adaptado posteriormente e utilizado até hoje em análises tão multidisciplinares quanto os diferentes aspectos que regem os matizes.

A verdade é que, segundo a colorimetria, elas mexem com as nossas percepções físicas, fato que faz com que muitas áreas dos saberes – da psicologia ao marketing, passando até pelo simbolismo e pelo misticismo – estudem a fundo suas aplicações. Na arquitetura, os sistemas criados na primeira década do século 20 por Albert Henry Munsell e Wilhem Ostwald, atualizados de acordo com as novas técnicas de testes psicológicos de diferenciação de cores, são duas das principais referências utilizadas pelos profissionais.

E se elas mexem com as nossas sensações, a atenção na hora de projetar espaços de trabalho deve ser redobrada. “Sem dúvidas, a cor é um dos elementos fundamentais do projeto, e se bem utilizada valoriza não só o conjunto, como também a identidade corporativa. É muito rico para o layout quando conhecemos as cores e conseguimos usar as complementares para compor diferentes combinações, mas essa questão tem de estar muito em linha com o estilo e o desejo do cliente”, explica Pierina Piemonte, arquiteta e sócia do LPA.

Na prática

Na hora de escolher a paleta cromática que o novo espaço vai incorporar, o ponto de partida é sempre a identidade visual da empresa e os valores que ela quer passar através do novo layout. A cartela, pré-definida já nas primeiras conversas com os clientes, geralmente é aprimorada ao longo do desenvolvimento do trabalho, tarefa que costuma contar com o apoio do departamento de marketing da marca.

Quando a identidade visual da empresa já incorpora cores muito fortes, como o vermelho e o laranja, que entre outras sensações despertam impulsividade e euforia, é importante atentar para um uso comedido especialmente nas estações individuais ou compartilhadas de trabalho. “O excesso de cores e de informação causam, mesmo que não percebamos, um barulho mental que atrapalha diretamente a nossa concentração”, alerta a arquiteta, que aconselha: “em áreas de uso comum, como em cafés, recepções e locais informais de reunião, a liberdade pode correr mais solta.”

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