Dar um ar aconchegante de casa em ambientes corporativos tem sido uma estratégia cada vez mais valorizada pelas empresas, que já entenderam o impacto positivo de um projeto de interiores humanizado, integrado e flexível no bem-estar dos colaboradores. Mas como projetar um layout que realmente faça com que as pessoas se sintam “em casa”?
O ponto de partida é sempre uma boa conversa entre cliente e arquiteto. O objetivo na etapa preliminar do projeto é entender quais são as reais necessidades da empresa, para então partir para o programa: em quais áreas do escritório estarão os espaços com cara de casa? E como o decór dessas áreas vai conversar com o look and feel de toda a empresa?
Definido o layout, Marcello Delai, arquiteto da LPA, explica que é possível trabalhar principalmente com três conceitos para garantir que esses espaços realmente remetam aos ares de uma casa: materialidade, conforto e composição geral.
A materialidade do quiet room do Projeto M é um exemplo de como madeira e tecidos são sempre uma boa sacada. O conforto é garantido com a escolha de cores, acabamentos, móveis e elementos de decoração tipicamente residenciais, como as poltronas, as almofadas, o tapete e a luminária. A composição geral da sala dá a impressão de que os colaboradores estão na sala de estar de um apartamento com varanda.

Na área de espera da Lucon Advogados, a materialidade dá um tom mais intimista ao espaço. Tons mais escuros de madeira, o estofado preto, os elementos de decoração e a iluminação geral conferem uma composição que remete a uma sala de TV residencial.

Iluminação em foco
Mais que pensar em elementos que remetam ao conforto de uma casa, outro ponto importante na hora de projetar esses espaços é a iluminação. Diferentemente das estações de trabalho contínuo, a iluminação nas áreas de descompressão e nas áreas de trabalho não contínuo podem ser mais difusas e com temperaturas mais quentes.
Em ambientes de trabalho não contínuo, como no quiet room do Projeto M, a recomendação é de que sejam garantidos de 100 a 200 lux de iluminância, contra pelo menos 500 lux em ambientes de trabalho contínuo, podendo chegar a até 1000 lux, segundo a NBR 5413. Como a premissa nesse projeto era criar uma estação rápida de trabalho que fugisse do ar corporativo do restante do escritório, o ambiente acaba sendo mais claro.

Na sala de espera da Lucon Advogados, o tom é mais intimista, garantido pela temperatura mais baixa das luzes focadas e ambientais. “Por mais aconchegante que seja o ambiente, projetar luzes com temperatura muito alta pode comprometer o conforto pretendido para o espaço”, alerta Marcello.
